Meu
pai trabalhou muito para conquistar a sociedade da firma. Então, quando as
coisas começaram a melhorar, ele tirou a gente da escola pública e nos colocou
em uma escola particular.
O único problema é que a escola era longe de casa e
do trabalho dele. Acabamos ficando lá por apenas um ano letivo.
A
escola era fundada por padres. Cursei a 3ª série (4º ano) do
ensino fundamental. Lembro da minha professora até hoje. Lembro do dia dos
professores que ela saiu abarrotada de presentes. Lembro que dei um conjunto de
copos e jarra. A caixa era bem grande e precisava usar as duas mãos para carregar.
No
início das aulas, rezávamos. Tínhamos uma agenda de orações. Todo dia líamos
alguma coisa. Sempre era um aluno diferente que lia. Tudo era organizado e
limpo.
Também tinha campo de futebol de terra. A escola era nova e fizeram
um diploma de aluno fundador que guardo até hoje.
O
lema era ordem e progresso. Isso só poderia ser conseguido através de muita
disciplina. A melhor coisa que meus pais fizeram foi nos colocar em escolas
particulares. Essa era católica, com direito a capela, padre e coisas do tipo.
Adorava o uniforme azul, e guardei por muito tempo a camiseta.
No
meio do ano, fizeram uma festa junina, na qual eu dancei quadrilha. Uma tia que
eu gostava muito e morava conosco, passou carvão para fazer a barba e o bigode.
Me senti gente grande.
Tenho até hoje a foto que tirei com minha parceira de
dança. Ela se chamava Claudia e éramos muito amigos. Às vezes brincávamos de
sermos namorados, mas éramos apenas amigos. Nunca trocamos beijos ou coisas do
tipo.
Quase
no fim do ano, uma menina morreu de acidente de bicicleta. A menina foi para uma
festa e resolveu pegar a bicicleta da colega emprestada.
Foi descer uma ladeira
e não conseguiu frear. Acabou na sarjeta com traumatismo craniano. Parece que
morreu na hora. No outro dia a escola foi uma comoção só.
Pedia para meu pai
comprar uma bicicleta, mas ele sempre dizia que era perigoso. Aproveitou o fato
e jogou logo na cara.
Anos
depois, fui para casa da minha prima no litoral e acabei usando a bicicleta
dela. Mas com autorização. Ela me avisou que o freio estava com problema, mas
acabei usando assim mesmo.
Olhando
a foto que tirei na festa junina, comecei a lembrar de vários colegas que tive.
Tinha um moreno gordinho que gostava da minha amiguinha Claudia. Ele quase
foi par dela na dança, mas acabei me dando bem. Nessa época, já gostava de
pés, mas gostava mais do pezão do meu
tio, quando ia passar as férias lá em casa.
Como
viajávamos muito, estudei em muitas escolas pelo Brasil a fora. Mas lembro especialmente
com muito carinho dessa escola. Fiquei só um ano e acabei não fazendo amizade
com ninguém.
No ano seguinte, meu pai nos colocou em uma escola religiosa, mas
que ficava perto do trabalho dele.
Beijos
nos pés!