sábado, 3 de agosto de 2013

Aulas de teatro


Apesar de ter esquecido o texto da peça de teatro que fiz na colônia de férias, sempre tive uma quedinha por interpretação. Quando estava na 5ª Série, eu e mais alguns amigos, resolvemos brincar de teatro. Assistíamos um seriado na TV e queríamos fazer igual. Estava o filho da juíza, o Alex e o Adriano. O que mais gostava, era de ter que ficar descalço no tablado e poder ver os pés de meus amigos. O Alex tinha um pezão grande e branquinho.

De tanto falarmos do seriado, resolvemos montar uma peça de teatro. Fomos falar com a Madre que cuidava do anfiteatro e pedimos para ensaiar a tal peça. No começo, tudo não passou de uma brincadeira, mas até que um dia, a freira nos ficou observando. Naquele dia ensaiamos como nunca. No término do ensaio, lembro que fui perguntar para a freira como tínhamos nos saído. Ela nos elogiou e nos incentivou. Depois desse dia, não lembro qual o motivo, mas acabamos desistindo de apresentá-la ao pessoal. 

Acho que deve ter sido o nervosismo. O anfiteatro era grande e dava um pouco de medo. Vazio ele amedrontava. Imagine cheio de gente! Não lembro quem amarelou primeiro, mas todos desistimos em conjunto.

Depois que atingi a maioridade, li um anúncio de que estavam precisando de pessoas para atuarem como figurantes ou atores amadores. Chegando lá, tinha muita gente bonita. Pediram para nós esperarmos, pois o dono da agência iria falar conosco.  Então o cara veio com uma conversa que a gente precisaria tirar uma licença para podermos participar das supostas atuações. Estava desempregado, com pouco dinheiro no bolso. Me disseram que era lorota. 

Que eles queriam era angariar dinheiro dos trouxas. Sei que os artistas precisam de uma espécie de autorização para participarem de novelas, filmes e até peças. Como na época não sabia se era verdade ou não. Desisti mais uma vez!

Anos depois, assisti umas aulas de uma amiga que estudava teatro. Resolvi participar com ela numa peça que iria fazer com seus alunos em uma escola. Mas atuei apenas como ajudante de direção. 

Graças a Deus, dessa vez foi tudo maravilhosamente perfeito. Os alunos ensaiaram direitinho. No fim, todos aplaudiram. Ninguém esqueceu o texto. Minha amiga pediu para eu subir no palco para os agradecimentos. Mas preferi não aparecer. Sei que minha ajuda foi de grande importância, mas queria que os créditos fossem apenas dirigidos a ela!

Beijos nos pés!

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Fim de infância


Quando estava na 6ª Série, ainda não dava sinal da puberdade. 

Ainda tinha meus amigos de infância, o filho da juíza e outros. Mas meu coração dava indício de querer despertar para a paixão. Meu lado hétero falava mais alto, principalmente por ter vivido aquela experiência com minha prima.

Lembro que esse ano fiquei completamente apaixonado por uma colega de classe. Ficamos amigos, mas ela só queria amizade. 

Eu queria ser seu namoradinho. Dar uns beijinhos, mas ela nem aí para mim. Cheguei a me passar pela melhor amiga dela pelo telefone. Como ainda tinha voz de criança e a menina tinha a voz meio fanhosa, foi fácil de imitar ela. 

Pedi para a menina me dar uma chance e ela disse que no outro dia iria dar a resposta. Então liguei para a amiga dela dizendo que tinha me passado por ela e pedi para a amiga confirmar tudo. 

A amiga disse que não iria mentir e, ao contrário do que esperava, a menina puxou o meu tapete. No outro dia, minha amada me disse um monte de coisas, falou que nunca mais queria me ver. 

Ameaçou contar para a coordenadora e só faltou fazer um baita escândalo. 

Não acredito que quase fui expulso da escola por causa de uma menina que não queria nada comigo. Dá para acreditar?

Ela era filha de uma professora e pediu sua transferência para outra sala. Encontrei com ela uma vez e ela disse que estava adorando a sala nova. Graças a Deus eu já estava em outra. 

Fiquei gamado noutra menina que dançava ballet. Toda bonitinha, de rosinha, cabelos com coque e fita na cabeça, tipo Evita Peron


Meus olhos brilhavam assistindo a menina dançar como bailarina. Teve um concurso para eleger a melhor dança. 

Torci muito para ela ganhar. Mas quem ganhou foi sua irmã mais velha. Quando acabou a premiação, fui até a sua irmã e disse que tinha sido marmelada. Só lembro que ela disse com toda classe que não podia fazer nada se pensava diferente dos jurados. Hoje tenho consciência que fiquei frustrado por que gostava muito da sua irmã, e queria que ela tivesse ganho.

Essa paixão não durou muito porque a menina gostava de outro. Deixou bem claro que estava em outra. Mais um fora em menos de um ano. Até que conheci a Roberta. Começou a fazer aulas de Jazz. Quando vi a menina pela primeira vez meus olhos brilharam. 

Parecia que tinha achado a tampa da panela. Só pensava naquela menina. Ainda não tinha entrado na puberdade e sendo assim, não pensava naquilo! A menina era de outra sala. Ficava com meus amigos na hora do recreio, mas só pensava nela. Morria de ciúmes dela. 

Não queria que meus amigos nem conhecessem ela, pois sentia ciúmes. Enquanto esperava meu pai, ficava admirando suas curvas fazendo dança. Lembro um dia que fui comprar um lanche para ela e sua irmã estava na lanchonete com o namorado. 

Ambos eram mais velhos. Só lembro que ela riu e disse para o namorado que eu estava apaixonado pela irmã. Eu fiquei na minha porque realmente estava. Esse foi o último ano que passei nessa escola porque tive que mudar de cidade. Perdi minhas paixões avassaladoras e meus amigos.

Hoje, me pergunto como um gay pôde ter vivido tantas paixões por mulheres?

Beijos nos pés!

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O filho da juíza


Quando estava na 5ª Série, fiz amizade com um coleguinha de outra sala. Não lembro quando começou. Acho que foi outro colega da minha sala que me apresentou a ele. 


Desde o começo, não tive atração por ele. Nem mesmo pelo seu pé. Acho que algumas pessoas nasceram para serem apenas amigos. Nossa amizade foi crescendo como nunca. Nos falávamos até pelo telefone. Ficamos amicíssimos.

Lembro que certo dia, saímos cedo da aula, e como ele morava a uma quadra da escola, me convidou para ir lá. Quando entramos na sala, tinha um bar. 

Recordo como se fosse hoje, que ele pegou um cálice de licor de chocolate e me deu para experimentar. Lembro até a marca. Achei muito amargo, mas gostei do sabor de chocolate. 

Fomos ao seu quarto de elevador. Nunca imaginei que uma casa de dois andares pudesse ter elevador. 

Parece que a avó dele tinha problemas para subir escadas. Depois fomos para a piscina. Tinha um gramado bom para jogar bola. Apesar que nem ele, nem eu, gostávamos de bola. 

Na Educação Física era um dilema. Só ficava na defesa, porque não sabia fazer nada. 

Ele fazia Educação Física em outro horário. Só lembro que reclamava mais do que eu. Normalmente ele matava aula. 

Esse foi um dos motivos porque ficamos amigos. Enquanto os garotos adoravam futebol, nos gostávamos de outras coisas.

Aprontávamos muito. Um dia matei aula de Educação Física para ir para a casa dele. 

Ficamos pouco mais de uma hora na piscina, mas lembro como se fosse hoje. Pareceu uma eternidade. Nesse dia, levamos outro colega.

Passei da hora de voltar para a escola. Quando vi, já era seis horas. Meu pai já devia estar me esperando em frente da escola. 

Entrei pela entrada dos professores e corri para a saída de alunos. Meu pai já estava impaciente. Disse que estava brincando e não tinha ouvido a buzina do carro. Meu pai nem percebeu meu cabelo molhado. Essa foi por pouco!

Mudei de cidade e perdi o contato. Sei que sua mãe era juíza. Nunca conversamos sobre homossexualidade pois éramos bem pequenos. Sinto até hoje por não ter continuado a amizade com ele.

Beijos nos pés!