Exame biométrico

O melhor de voltar às aulas, era ter que fazer o exame biométrico. Lembro do primeiro ano do ensino médio em que tive de fazer esse exame. Minha turma tinha sido agendada juntamente com o pessoal do último ano. Consegue imaginar os carinhas do último ano? 

Quase todos ainda saindo da adolescência, mas tinham corpos de adultos. Barba na cara, corpo com músculos, pernas grossas e principalmente pés grandes. Enquanto eu estava no início da adolescência, eles já caminhavam para a vida adulta.

Bem! Quando cheguei, o professor foi logo mandando a gente fazer fila indiana na ordem de nº de chamada. Pediu que tirássemos os sapatos e as camisas. 

Foi o melhor momento que vivi naquele ano. Imagine só, eu misturado com os carinhas do último ano. Foi um sonho. Sonho que não queria acordar.  Lembro de um carinha moreno que ficou me paquerando. 

Ele conversava com um amigo seu, mas ao mesmo tempo me olhava. O cara tinha pelos em todo o corpo, braços fortes, barba por fazer, cara de macho. Seus pés eram bem grandes e largos. Vermelhos e pareciam tão macios! Me deu vontade de voar em cima dele. Tive que me controlar. 

Fiz todo o exame, me vesti, e quando fui saindo, ele só acenou com a cabeça. Nesse dia, meus gostos começaram a mudar. Enquanto estava na 8ª série, fui apaixonado por um coleguinha da minha sala. Mas depois daquele dia, comecei a rever minhas escolhas. 

Foi aí que comecei a gostar de homens mais velhos. Não sei se poderia chamá-lo de mais velho. Mas tudo bem! Fui para casa só pensando no carinha. 

Imaginava aquelas pernas peludas entrelaçadas nas minhas. Que tesão! Não consegui nem almoçar direito. Na hora de dormir, foi um desastre. A insônia bateu forte. Sorte que era sexta-feira, e no outro dia era sábado e não precisaria ter que acordar cedo.

Na semana seguinte, começou as aulas de Educação Física. Odiava ter que jogar bola, pois era perna de pau. Mas em compensação, podia olhar as pernas e os pés de todos os meus coleguinhas, inclusive o professor. 

Não lembro muito bem do professor, mas era gato. Tinha um pezão 44. Minhas aulas eram em horários diferentes do dele, mas por sorte, a turma dele assistia aula depois da minha. Ou seja, sempre que saia, a turma dele entrava. Ele quase não ia. Até que um dia o cara apareceu. Parecia um Apollo. Foi difícil não olhar pro cara. Suas pernas eram morenas com pelos dourados. 

Nesse dia, ele estava com o talão do tênis dobrado e sem meia. Então deu para ver uma parte de seus pés. 

Tinha um calcanhar rosado, sem calos e nem cicatrizes. Dormi essa noite sorrindo! Parecia que tinha ganhado na loteria. Não encontrava muito com ele, pois minha sala ficava numa ponta do corredor e a dele, na outra. Às vezes o via apenas na entrada ou na hora do intervalo. Dias depois, ele parou de frequentar as aulas. Fiquei sabendo que tinha ido para a noite, pois havia arrumado um trampo. 

No início, senti muito a sua falta. Como queria ter feito umas massagens naqueles pés. Mas a vida tem que continuar!

Beijos nos pés!