Estava com uns quinze anos. Apesar da idade, ainda tinha rosto de criança. Lembro de um certo cara que mudou para o meu prédio.
Apesar de não frequentar a turma do condomínio, eu tinha apenas um amigo com quem conversava. O Patrick. Lembro que quando era mais novo quase morreu de apendicite. Sofreu maus bocados.
Certa vez chegava da escola quando encontrei o Patrick conversando com um carinha no hall de entrada. O carinha era branco e tinha os cabelos tingidos de loiros. Um tom mais claro que o dele.
Acho que seu cabelo era castanho. Ele me apresentou e ficamos conversando um pouco. O pai do cara tinha sido transferido para São Paulo e ele teve que vir junto. Era órfão de mãe. Tinha mais um irmão mais velho. Não pude ficar muito tempo conversando porque tinha hora para chegar em casa.
Apesar de não frequentar a turma do condomínio, eu tinha apenas um amigo com quem conversava. O Patrick. Lembro que quando era mais novo quase morreu de apendicite. Sofreu maus bocados.
Certa vez chegava da escola quando encontrei o Patrick conversando com um carinha no hall de entrada. O carinha era branco e tinha os cabelos tingidos de loiros. Um tom mais claro que o dele.
Acho que seu cabelo era castanho. Ele me apresentou e ficamos conversando um pouco. O pai do cara tinha sido transferido para São Paulo e ele teve que vir junto. Era órfão de mãe. Tinha mais um irmão mais velho. Não pude ficar muito tempo conversando porque tinha hora para chegar em casa.
Quando foi no fim de semana, desci para comprar pão na padaria. Fui até lá, umas três quadras de casa e voltei. Quando passei pela portaria, notei um carinha me olhando com cara de tesão. Nunca o tinha visto. Fiquei aguardando o elevador chegar e o cara só me olhando. Comecei a ficar um pouco incomodado.
Naquela época, não passava pela minha cabeça que um cara podia estar gostando de mim. Achava que só eu era diferente do mundo.
Não tinha contato com gays, então não sabia o que passava pela cabeça das outras pessoas.
Fui criado em colégio de padres e o regime era sério. Um controle só. Em casa, na rua, na igreja, na escola. Parecia que tinha um monte de pessoas a me vigiar. Me sentia como naquele filme, “O show de Truman”.
Resolvi subir pela escada de incêndio. Fiquei só pensando no cara. Sem querer, acho que ele despertou algum sentimento em mim. Passou alguns dias e o encontrei novamente na entrada do prédio conversando com o “novato”. É assim que me referia ao novo amigo de Patrick.
Cumprimentei o cara e ele me apresentou-o como sendo seu irmão. Jamais tinha passado pela minha cabeça que ele podia ser irmão do novato.
Os dois eram tão diferentes. Ele tinha a pele bem clara, porém seus cabelos eram castanhos escuros lisos. Era meio gordinho, porém, bem mais alto que eu.
Quando o cara me cumprimentou, fiquei enfeitiçado com aquelas mãos. Eram gordas, macias e bem quentinhas.
Suas unhas estavam bem cortadas. Um homem fala tudo pelas mãos. Primeiro reparo nas mãos, depois passo para os pés. Não quis ficar conversando e fui embora para meu apê. Tentei me concentrar na lição de Matemática, mas não consegui.
Deixei de fazer e fiquei só pensando no garoto. Quinze anos é o despertar da adolescência. Difícil alguém passar por essa idade sem se apaixonar. Sempre que saía ou chegava, rezava para encontrar o carinha.
Seus olhos eram acinzentados. Tinha uma boca bem rosada. Suas bochechas eram bem vermelhinhas. Não tinha muitas espinhas. Tinha um sorriso lindo. Toda vez que me via, me cumprimentava e sorria para mim. Nunca tive coragem de puxar conversa ou algo mais. Além de pernas lindas, tinha uns pés grandes e bem brancos.
Por várias vezes, imaginei quão bom seria dar uma esfregada naqueles pés. Pouco tempo depois, tive que mudar daquele bendito prédio onde passei minha infância, puberdade e início da adolescência. Não consigo lembrar o nome dele, mas ainda lembro de seu sorriso!
Naquela época, não passava pela minha cabeça que um cara podia estar gostando de mim. Achava que só eu era diferente do mundo.
Não tinha contato com gays, então não sabia o que passava pela cabeça das outras pessoas.
Fui criado em colégio de padres e o regime era sério. Um controle só. Em casa, na rua, na igreja, na escola. Parecia que tinha um monte de pessoas a me vigiar. Me sentia como naquele filme, “O show de Truman”.
Resolvi subir pela escada de incêndio. Fiquei só pensando no cara. Sem querer, acho que ele despertou algum sentimento em mim. Passou alguns dias e o encontrei novamente na entrada do prédio conversando com o “novato”. É assim que me referia ao novo amigo de Patrick.
Cumprimentei o cara e ele me apresentou-o como sendo seu irmão. Jamais tinha passado pela minha cabeça que ele podia ser irmão do novato.
Os dois eram tão diferentes. Ele tinha a pele bem clara, porém seus cabelos eram castanhos escuros lisos. Era meio gordinho, porém, bem mais alto que eu.
Quando o cara me cumprimentou, fiquei enfeitiçado com aquelas mãos. Eram gordas, macias e bem quentinhas.
Suas unhas estavam bem cortadas. Um homem fala tudo pelas mãos. Primeiro reparo nas mãos, depois passo para os pés. Não quis ficar conversando e fui embora para meu apê. Tentei me concentrar na lição de Matemática, mas não consegui.
Deixei de fazer e fiquei só pensando no garoto. Quinze anos é o despertar da adolescência. Difícil alguém passar por essa idade sem se apaixonar. Sempre que saía ou chegava, rezava para encontrar o carinha.
Seus olhos eram acinzentados. Tinha uma boca bem rosada. Suas bochechas eram bem vermelhinhas. Não tinha muitas espinhas. Tinha um sorriso lindo. Toda vez que me via, me cumprimentava e sorria para mim. Nunca tive coragem de puxar conversa ou algo mais. Além de pernas lindas, tinha uns pés grandes e bem brancos.
Por várias vezes, imaginei quão bom seria dar uma esfregada naqueles pés. Pouco tempo depois, tive que mudar daquele bendito prédio onde passei minha infância, puberdade e início da adolescência. Não consigo lembrar o nome dele, mas ainda lembro de seu sorriso!
Beijos nos pés!